Fonte: JA

Os grupos empresariais turcos BGN e SUMMA manifestaram, ontem, em Luanda, interesse em investir em Angola no sector alimentar, onde vão avançar com a construção de uma fábrica de fertilizantes para o fomento da agricultura e um terminal logístico para o escoamento de produtos para o interior e exterior, segundo comunicou o director Executivo da BGN.

Ruya Bayegan, que falou após o encontro entre a delegação turca e os representantes angolanos do Governo, na sede da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), reconhece que a fábrica de fertilizantes será uma mais valia para Angola porque o país importa, neste momento, 50 por cento dos alimentos.

“Com este projecto, podemos aumentar a produção de fertilizante e de alimentos em Angola”, realçou.
Um outro ambicioso projecto, avançado por Ruya Bayegan, é a aposta no sector de Hotelaria e Turismo, com a construção futura de um hotel e uma mega sala para conferências, investimentos através dos quais acreditam vir a atrair mais interesse de empresários turcos.

Para dar início à execução dos projectos em causa, o representante da missão turca disse que os dois grupos empresariais, primeiramente, farão a solicitação formal à Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), para que, o mais rápido possível, se possa dar passos positivos na implementação dos programas desenhados para Angola.
Quanto ao montante a investir nos mesmos projectos, Ruya Bayegan não avanço números, tendo garantido apenas ser em valores significativos. Depois da concretização destes investimentos, realçou, é perspectiva de ambos os grupos avançar para o sector de petróleo e gás.

“Com a visita do Presidente da República João Lourenço à Turquia, estamos cá presentes, depois de sete dias, com a  intenção firme de investirmos com sucesso em Angola”, garantiu o líder da missão pelo grupo BGN, satisfeito com os resultados da visita e pelas constatações feitas em relação à produção industrial do país.
Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da AIPEX, António Henriques da Silva, reconheceu que a vinda da delegação empresarial turca no país é um sinal  positivo e forte, por tratar-se de duas grandes empresas multinacionais da Turquia.

O grupo, segundo o PCA da AIPEX, quer formalizar este desejo, cabendo às autoridades angolanas, por via da agência, acolher tais intenções e delinear  os projectos em função da especificidade e interesse que os empresários apresentam em relação à economia.

“Aguardamos com entusiasmo a entrega da proposta dos grupos empresariais e que sejam materializadas, sendo um sinal de abertura para com o mercado”, indicou.
António Henriques da Silva disse, de igual modo, que os projectos apresentados pela BGN e Summa estão alinhados com os programas estruturantes que o Governo definiu como prioritários, nomeadamente o Terminal Transoceânico da Barra do Dante e Plataformas Logísticas.


Guiché de articulação

Por outro lado, de forma a facilitar e impulsionar o ambiente de negócios entre Angola com outros países, foi construído na Zona Económica Especial (ZEE) o Guiché de Articulação Institucional, para a simplificação na execução dos projectos de investimentos.

No guiché, serão concentrados todos os serviços que facilitam um bom ambiente de negócio entre parceiros e nele, segundo António Henriques da Silva, serão tratados todos os serviços relacionados a negócios, casos de certificação de equipamentos, concessão de vistos, incluindo representação de serviços da AIPEX.

“Depois da visita do Presidente da República, verificamos que a resposta dos empresários turcos foi imediata”, afirmou.


Novo Aeroporto

Para os grupos empresariais turcos BNG E Summa, a construção em curso do Novo Aeroporto Internacional, na zona do Bom Jesus, em Luanda, é um dos  principais impulsionadores da cooperação e desenvolvimento de projectos  vindouros, não só para países parceiros, como para aqueles que queiram investir em Angola.

O presidente do grupo Summa, Selim Bora, entende que com o pleno funcionamento do futuro Aeroporto, nos próximos anos, este será mais uma fonte de atracção para os empresários turcos virem ao país, ao qual reconhecem um mercado de grandes oportunidades de investimentos seja aos pequenos e médios ou as grandes empresas turcas.
“Das informações que recebemos do mercado angolano, encontramos muito mais do que esperávamos e ficamos impressionados”, frisou Selim Bora.

A delegação turca visitou uma das fábricas de lacticínios durante uma visita de constatação à Zona Económica Especial (ZEE), além de ter mantido ainda encontros com o secretário de Estado para a Economia, Mário Caetano João; com o secretário de Estado dos Transportes, Jorge Bengue Calumbo: nste último encontro, foi mostrado aos investidores turcos o projecto do sector dos transportes ligado à Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande.


Foco da cooperação

Os investimentos turcos em Angola atingem actualmente 200 milhões de dólares, valor que  se espera aumentar a médio prazo.

O Presidente João Lourenço, na recente visita de Estado que efectuou à Turquia, para impulsionar as relações económicas entre os dois países, mostrou os caminhos que Angola pretende trilhar ao homólogo Recep Tayyip Erdogan.
Foi avançado, na oportunidade, que entre 2015 e 2020, Angola comprou à Turquia bens no valor de 1,7 mil milhões de dólares, enquanto as exportações não superaram os 42 milhões de dólares.

O grupo Summa realiza operações de alta qualidade com 14 países em vários sectores de actividade, desde a construção de energia.

A empresa desenvolve projectos que visam aprimorar o desenvolvimento e o bem estar da comunidade onde actua. o Grupo tem 2.500 funcionários em quatro continentes.

Já o grupo BGN, também com operações globais, incluindo no Dubai, aposta na energia elétrica com uma ampla base em Houston, e é detentora do maior pólo logístico da Europa, um centro financeiro e logístico global em Singapura. Controla mais de 250 escritórios.
 
Banca está a negociar 74 projectos



Os bancos BAI e BIC financiaram com seis milhões de kwanzas, na semana de 2 a 6, dois novos projectos ligados à agricultura e à pecuária, no âmbito do Acesso ao Crédito do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), estando em negociação outras 74 iniciativas, de acordo com os dados avançados, ontem, em Luanda, pelo secretário de Estado para a Economia.

Mário Caetano João disse que, no cômputo geral, desde 2019, os instrumentos e produtos financeiros ao dispor do PRODESI viabilizaram a aprovação de 801 projectos, perspectivando mais de 60 mil postos de trabalho e um valor aproximado em financiamento de 672,2 mil milhões de kwanzas.

No domínio do Serviço de Melhoria do Ambiente de Negócios, foram desbloqueados e entregues aos promotores dez (10) certificados de não devedores do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), somando já desde o inicio do ano 283 documentos diversos.

Quanto ao acesso ao mercado interno, o Portal da Divulgação da Produção Nacional (PPN), registou 282 no-vos produtores, sendo que em termos acumulados, desde a sua operacionalização, o portal comporta 14.515 produtores nacionais.

No que se refere ao top 6 dos produtos mais exportados destacam-se, o cimento com 14,31 milhões de dólares, cerveja 6,30 milhões, embalagem de vidro 2,70 milhões, banana 2,48 milhões, sumos e refrigerantes 2,32 milhões e açúcar 1,73, milhões totalizando um montante no valor de 29,84 milhões de dólares.

Sobre o top 6 dos produtos mais importados destacam-se, a carne de frango com 126,45 milhões de dólares, arroz 106,29 milhões, açúcar 87,02 milhões, óleo alimentar de soja 76,23 milhões, óleo de palma 70,37 milhões e leite 56,29 milhões, totalizando um montante no valor de 522,29 milhões de dólares.

 

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