O Grupo Toyota pode associar-se à Refinaria do Lobito e a pescarias Baía Farta, admitiu o presidente executivo da companhia, Ichiro Kashitani.
O presidente da Toyota de Angola, Nuno Borges, que avançou, na quinta-feira, o interesse de Ichiro Kashitani, afirmou que a eventualidade do grupo participar no projecto da Refinaria do Lobito ainda depende de uma apreciação profunda.
A Refinaria do Lobito, projectada para processar 200 mil barris de petróleo por dia e a previsão de oito mil postos de trabalho, tem a Sonangol como investidor, mas a companhia petrolífera angolana admitiu, em declarações anteriores às da Toyota, a possibilidade de contratar um parceiro para a fase de investimento.
“O presidente executivo, de facto, ficou muito impressionado, principalmente, com o projecto da refinaria, que tem uma dimensão que poderá permitir aconchegar alguns interesses a nível do grupo”, adiantou Nuno Borges.
Na Refinaria, Ichiro Kashitani, indicado como cônsul honorário de Angola no Japão, recebeu explicações detalhadas sobre as acções em curso, na presença do governador provincial de Benguela, Luís Nunes.
A par da refinaria, o presidente executivo do Grupo Toyota visitou as pescarias Alva Fishing e Vimar & Filhos, situadas no município da Baía Farta (28 quilómetros da cidade de Benguela), onde se inteirou de todo processo de produção, como os níveis de captura, mercado de consumo e venda, empregos gerados e outros aspectos.
Nuno Borges acrescentou que, na área pesqueira, o presidente executivo também “reconheceu o potencial existente na pesca, na embalagem e na preparação para o mercado interno e países vizinhos”, sublinhando que “o Japão é o maior consumidor do mundo e pode haver algum interesse”.
De acordo com o representante da Toyota, “as possibilidades vão ser analisadas nos próximos tempos e tudo pode acontecer”, até porque o presidente executivo do grupo Toyota ficou “extremamente” impressionado com o que viu na Refinaria do Lobito e nas empresas de pescas visitadas na Baía Farta.
A Toyota, lembrou, tem um grande projecto no Porto do Namibe, onde está envolvido em obras de reabilitação e expansão, uma das quais já em curso. Além disso, a companhia tem interesse em operações nas áreas de energias renováveis em Angola, para o que já existem algumas propostas elaboradas e há algum desenvolvimento.
Devido à pandemia da Covid-19, prosseguiu, houve a suspensão de algumas acções concretas, mas, este ano, vai-se trabalhar para que sejam desenvolvidas, algo de que disse terem sido prestadas garantias num encontro com o Presidente da República, João Lourenço.
Sobre a possibilidade de futuramente colocar uma fábrica em Angola de montagem de viaturas, a fonte disse que o mercado é ilimitado. De acordo, com Nuno Borges, o país está a desenvolver-se e vai crescer a taxas mais altas, pelo que uma montadora de veículos daquela marca está “no nosso horizonte” e pode ser objecto de decisão.