Fonte: JA
A criação de políticas concretas de protecção ao movimento cultural e artístico no país vai permitir maior valorização dos artistas, em particular “os fazedores das artes cénicas”, defendeu, ontem, em Luanda, o actor Ousmany Bernardo, do grupo Amazonas Teatro.
Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, o actor disse que o teatro no país tem dado passos importantes no domínio da representação. Ousmany Bernardo reconheceu que são necessárias mais parcerias públicas e privadas, incluindo investimentos no domínio das infra-estruturas e formação artística profissional.O actor enalteceu a capacidade criativa dos grupos de teatro, que procuram ao longo dos anos reinventarem-se. “A falta de espaços, sobretudo os convencionais tem sido dos entraves no desenvolvimento da arte”.
Para Ousmany Bernardo, a classe artística “não pode ficar parada pela falta de salas”, acrescentando que a pandemia da Covid-19, trouxe uma nova forma de fazer cultura. “Estamos a reinventar-nos constantemente, recorrendo aos lives para sobreviver”.O actor explicou que o grupo Amazonas Teatro tem feito lives na plataforma digital facebook, cujos espectáculos são designados de “Teatro no Cúbico”, no qual a sua personagem é Tobias.Ousmany Bernardo resumiu o projecto cultural “Teatro no Cúbico”, como sendo uma comédia com pendor crítico, que retrata a vida de uma família sobre os mais variados assuntos ligados à sociedade, com a participação dos personagens, Tobias, Zé Carioca e Florinda.
O actor frisou que o “Teatro no cúbico” tem uma duração de 5 a 8 minutos com mais de 102 mil visualizações. Ousmany Bernardo começou a fazer teatro, em 2000, na Igreja Nossa Senhora da Nazaré. Fez várias formações e seminários, em organizações e grupos de teatro. Participou em mais de 30 peças teatrais, entre as quais “Rezar é bom”, “Dikeledi”, “Senhor Ple”, ” O Destemperado”, “Sambatchuca” , “Quinze minutos de fama”, “Se não fossem as mulheres”, “Com camisinha ou sem camisinha”, “Acudam Maria Rangel” e “A História das Belas Artes”.Além disso deu vida à personagem de uma mulher, na peça “Alembamento da Cantina”, com a qual foi distinguido com o prémio de melhor actor do Circuito Internacional de Teatro (CIT), de 2019.