Fonte: JA
O escritor Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos “Pepetela” foi homenageado sexta-feira, em Caxito, capital da província do Bengo, pelo Movimento Lev´Arte, pelo seu contributo em prol do desenvolvimento e divulgação da Literatura angolana.
O ponto alto da homenagem foi quando o director do Gabinete Provincial da Educação, Manuel Fernando, entregou um retrato artístico de Pepetela ao escritor e professor José Luís Mendonça, para fazer chegar ao homenageado, após ter abordado o tema “As implicações da mono-docência no subsistema educativo benguense”, no Festival de Poesia e Letra.
Pepetela é autor de várias obras literárias, entre as quais “As Aventuras de Ngunga” (1972), “O Desejo de Kianda” (1995), “Muana Puó” (1978) e “Se o Passado Não Tivesse Asas”.
Para José Luís Mendonça, “é uma honra receber esta distinção ao meu amigo Pepetela, que há muito não vejo devido à Covid-19. Vou aproveitar vê-lo no sentido de entregar a obra artística e ter um dedo de conversa com ele, tendo em conta que na faculdade estou a ensinar o seu romance”.
O escritor classificou Pepetela como um homem de muita sabedoria e que tem ainda muito para dar e contribuir não só no ramo da literatura, mas também em outros sectores do saber.
José Luís Mendonça, que aproveitou a estada no Bengo para vender e autografar alguns exemplares dos livros “Chuva Novembrina”, “Luanda Fica Longe” e “O Reino das Casuarinas”, afirmou que o kimbundu está em via de extinção devido à vergonha que muitos têm em falar, sobretudo na capital do país.
Para o escritor, o kimbundu está em iminência de extinção por causa também do processo histórico do próprio país. A população das regiões de Malanje, Bengo, Cuanza-Norte, disse, quando emigra para capital do país deixa de falar kimbundu, por considerá-lo vergonhoso.