Questionando da “letargia” da expansão da Frente Patriótica Unida (FPU), a nível nacional, os activistas cívicos lançaram nesta terça-feira 24 de Maio, criticas aos líderes da FPU nas províncias, um momento que faltam pouco menos de 100 dias para as eleições gerais de Agosto.
A Sul Notícias fez uma ronda nas províncias de Luanda, Benguela, Namibe e Huila, ouvindo as suas opiniões no que tange a letargia dos líderes dos partidos políticos que compõem a Frente Patriótica Unida (FPU) nas províncias.
Em Benguela, ouvimos a Actvista Florence Afonso, que considera a Frente Patriótica Unida estar centralizada a penas em Luanda e que nas províncias os partidos políticos que constituem a FPU andam a deriva cada um para si e Deus para todos.
Segundo a activista, essa letargia das províncias, vai desconceituar os cidadãos tendo em conta a importância que ela tem, e que as pessoas nas províncias estão todas ansiosas em saber da FPU porque inspira confiança para mudar o regime.
“Se a Frente Patriótica Unida ganha as eleições, o poder ficará mais descentralizado. Isso é bom para nós”, disse.
A activista teceu duras criticas ao projecto político Prá-já Servir Angola, que segundo diz, não ser conhecidos a nível da província de Benguela porque não se saba se na realidade existe ou não o projecto político de Abel Chivukuvuku. Para ela, na cidade das acácias rubras, fala-se mais da UNITA e o Bloco Democrático.
Uma outra cidadã Florence Kapita também de Benguela disse mesmo que o politico Abel Chivukuvuku, era mais conhecido quando estava na CASA-CE e agora que saio, os seus seguidores estão dispersos e não sabem o certo onde irem. Para ela, se na verdade existe alguns representantes do Pra-já Servir Angola em Benguela, seria melhor juntarem-se ao partido UNITA já que todos fazem parte da FPU.
Na província da Huíla, falamos com o activista social André Quintas Longuenda um dos responsáveis da Tribo Social e Pensar Diferente que disse que essa letargia da FPU em fazer campanha nas províncias vai causar muitos transtornos na mobilização visto que muitos não conhecem a FPU, principalmente nos municípios, nas comunas e nas aldeias.
Segundo o activista social, é urgente que se deia o início da campanha da Frente Patriótica Unida nas províncias.
André Quintas Longuenda é de opinião de que a FPU na Huíla, seja liderada pela sociedade civil.
“Isso é para congregar mais gente na FPU, tendo em conta o passado da UNITA. Nós vamos conseguir mobilizar até os do MPLA, se a sociedade civil liderar a FPU”, rebatou.
Já o ativista cívico e coordenador da Placa do Cazenga, Kambolo Tiaka Tiaka, da província de Luanda, é de opinião diferente, tendo salientando que os coordenadores da FPU, dia pois dias estão trançando estratégias de inclusão das províncias, sendo que os partidos políticos integrantes na Frente Patriótica Unida, representam o país e não Luanda e nem Benguela.
Disse ainda que é preciso que as estruturas da FPU se desfaçam da capital do país para as províncias, municípios e até nas comunas, tendo em conta que há muitas pessoas que não conhecem.
“A FPU está para congregar ideias e para fazer alternância do poder que tanto se almeja”, acredita.
Indagado se com essa letargia não vai criar transtornos em levar a mensagem da FPU nos municípios, comunas e nas aldeias um momento que estamos pouco menos de 100 dias para as eleições, o activista cívico disse não estar na FPU, mas acredita que as lideranças estão a traçar estratégias para o efeito.
Kambolo Tiaka Tiaka alinha do mesmo pensamento de ser urgente que a FPU se desdobre em todo território nacional, para que se comece já a promover as reias intenções da FPU.
“A FPU não é um partido político, a FPU uni vontades de todos os angolanos que queram alternância no país. Preciso que aluta seja sistematizada nas províncias, municípios e até nas comunas. Essa vontade seja retransmitida e outras pessoas vão aderindo essa vontade de mudança”, concluiu.
Da província do Namibe, falamos com o activista cívico César Carlos Cawhel Correia, que partilha da mesma opinião da letargia da FPU nas províncias. O defensor das liberdades de consciências, fez saber que o partido no poder já está a fazer a sua mobilização em todo território da província, por estarem em constantes actividades e isso dá muitos pontos para o partido dos camaradas.
“Eu já falei com o pessoal da UNITA. Eles dizem que é falta de financiamento. Por conta disso, é que fazem com que eles fiquem parados”, disse, mostrando-se sético, que ao seu ver, a mobilização pode ser feito porta-a-porta, sem precisar de recursos financeiros basta ter vontade e uma boa organização.
“Eles podem muito bem caminhar nas ruas, fazendo mobilização. Eu vejo um desleixo por parte deles”, criticou.