Com a realização do Projecto Cidadania-Catumbala, mais uma secção de debates neste fim-de-semana, 5 de Junho, foi ao ar com o tema, “positivo e negativo de Benguela” que pões frente a frente os Sociólogos, Juca Manjenje, e António Carvalho, que deram o “peito às balas”, no bairro de Chimbuila Auto, a redores da Catumbela, numa moderação de Leandro Tchiwale, Coordenador do projecto.

Positivos e negativos de António Carvalho

Por sua vez, o Sociólogo António Carvalho nos seus pontos positivos sublinhou os programas PREI que está sendo levado a cabo pelo executivo angolano, para os mercados informais, que para ele, o mais importante desse programa, é promover a formalidade, tirar do papel para a execução, potencializar os vendedores com um crédito que vai de 50 há 700 mil Kwanzas.

Segundo o preletor, o programa numa primeira fase está agendado 12 mil vendedores e já foram beneficiados neste momento, 8 mil comerciantes estando já em formação. O mesmo programa teve o arranque no mercado 4 de Abril.

O segundo positivo, é ligado ao município da Catumbela, por administração municipal estar levar a cabo as montagens de postos de iluminação pública, na zona alta da Catumbela, um programa de cavar alguns furos de água no município, para melhor abastecer as populações.

O também membro de proa do comité provincial do MPLA, sublinhou ainda no seu positivo a questão das obras levado acabo pelo governo provincial de Benguela, um pouco por toda província, que será benefício para as populações.

Um outro positivo é questão do fornecimento de energia fotovoltaica, uma energia elétrica produzida a partir da luz solar que a província de Benguela vai se beneficiar.

“É um processo que ira sustentar a nível da província de Benguela, sabemos neste momento a nossa energia a partir da barragem hidroelétrica”, esclareceu, acrescentando que deverá levar o desenvolvimento das comunidades. 

Ainda dos positivos apontado pelo preletor, são as obras da Universidade Katyavala Bwila, salientando que nesse momento está sendo construindo um campo universitário, e que daqui a pouco, será inaugurada para albergar as faculdades da universidade.

Um outro ponto positivo, é pelo facto de mais uma vez a administração municipal da Catumbela ter estado levar a cabo aos agricultores, imputes agrícolas.

Pontos negativos

No seu ponto negativo, o Sociólogo António Carvalho, aponta o envolvimento na vida política de certos actores políticos sem qualquer urbanidade. “Temos constatado nos últimos tempos, o elevado índice de intolerância política, a nível das nossas comunidades. A juventude e também alguns militantes de alguns partidos políticos (falamos de todos os partidos políticos sem descorar nenhum), temos assistido intolerância política e também outros tipos de intolerância”, disse, alertando que, todos nós somos poucos para os desafios que nós temos para o futuro.

António Carvalho fez saber que temos no país duas classes de sociedade civil: uma política, mas que não assume que é política, mas que o seu discurso é político. E, temos uma sociedade civil apolítico, que não é mesmo político e nem quer saber, mas que está interessada para uma estabilidade social. 

Positivos e negativos de Juca Manjenje

Fotografias: Augusto Manuel

Nos seus pontos positivos, Juca, atribuiu a ponta positiva à juventude da Catumbela, pela iniciativa de construção de coincidência cidadã que na sua ótica, se for a dar um prémio aos municípios, “por iniciativa da juventude que não está ligado aos partidos mais influentes como a UNITA e o MPLA, o prémio iria para a Catumbela”, disse, justificando que nos últimos dias o município mais jovem da província, tem estado a realizar muitas actividades, a par dos municípios do Lobito e Benguela, desistiram porque os realizadores têm vínculos partidários.

O preletor justificou, sublinhando três razões: “a coincidência cidadã, ajuda na construção de cultura de participação”, para ele, parece que em angola a política é só para partidos políticos, enquanto é para todo os cidadãos.

Segundo elemento, iniciativas de género, cultiva aculturação de massas, “a cultura de massas é o conjunto de pessoas não identificados, sem saber da sua crença religiosa ou política, mas que se reúnem para defender uma causa”, disse, salientando que essa cultura de massas depois faz pressão nas sociedades, não interessa quem vem ganhar as eleições.  

Terceiro, essas iniciativas reduz o grau de medo que a sociedade produziu durante muito tempo na própria juventude. “Durante muito muito tempo a juventude tinha medo: de polícia, de cadeia, medo de iniciativas. Todo mundo só estava a espera de um Rambo, de um Comando, para passar em frente”, frisou, encorajando a juventude da Catumbela que se despiram do medo.

Um outro ponto positivo, é a convocação da data para as eleições gerais marcadas para 24 de Agosto. Entretanto, o político mostrou-se sético a quanto da tardia da mesma, tendo salientando, “porquê é que nós não aplaudimos quando o presidente convocou as eleições? Porque na verdade, essa convocação das eleições, deveria acontecer num clima de harmonia de todos os actores políticos, mas não está acontecer”, salientou, criticando os órgãos de comunicação sociais públicos, que na sua maneira de ver, estão de costas vidas com os outros actores políticos.   

“Isso aqui não dá para festejar. Quer dizer, vamos para esse pleito eleitoral, já com um pá de vantagem para quem está no poder, e desvantagem para quem está na oposição”, disse.

A outra questão que levantou no seu ceticismo é a questão dos financiamentos dos partidos políticos para as eleições. Que para Juca, os oitenta milhões de kwanzas, repartir nas actividades dos partidos políticos em todo território nacional, é irrisório.

“Nós sabemos que, quem nos governa, tem vantagens financeiras”, esclareceu, rebuscando a lei do financiamento dos partidos políticos, que proíbe financiamento do estrageiros. Assim, fecha a corrida partidária. 

O político acusa o governo angolano, de proibir as gráficas  à não produzirem materiais de propaganda dos partidos políticos na oposição. “Quem governa, acaba por controlar o dinheiro, as indústrias de propaganda e outros elementos mais”, enfatizou.

Desses pontos, o também secretário municipal da UNITA no Lobito, pediu aos presentes, para controlarem as publicações do caderno eleitoral e que, para ele, vão aparecer nomes dos falecidos.

“Comecem já a fazer a relação nominal dos falecidos que vocês têm nos vossos bairros. E depois controlem só na lista. Os falecidos vão sair. Estou a vos falar de uma informação certa. E peço que daqui a pouco nós vamos tornar isso público”, alertou.

No seu último ponto positivo, é pelo facto a província de Benguela, não se registar frequentemente casos de intolerância politica, mesmo com algumas situações como é no caso do Cubal e Bocoio.

Olhando para os seus negativos, o sociólogo sublinhou três. A falta de água nas zonas altas dos municípios, principalmente do Lobito e da Catumbela.

O segundo ponto negativo, são as obras levando acabo pelo governo de Benguela, que considera ser obras eleitoralistas.

O outro ponto negativo apontado por Juca Manjenje é o aumento de números de casas à degradar-se na província de Benguela. Sublinhando as centralidades do Lobito, do Luhongo na Catumbela e o da Baía-farta, onde as casas foram vandalizadas. De acordo com o político, as casas serão oferecidas pelo critério eleitoralista.

O último negativo do político, é o facto de os participantes não entoarem o hino da república no início do programa. No entanto, Juca, intende isso como uma manifestação do desinteresse nacional e que, é um baixo nível de patriotismo.

“No ponto de vista da sociologia política, intende-se que, as pessoas nunca serão patriota, quando a pátria não fazer nada por ela”, frisou.

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