O presidente do Banco Mundial afirmou nesta quinta-feira 26 de Maio, que o gás natural é importante como combustível de transição, mas que África deve apostar nas energias renováveis para crescer economicamente e resistir a crises como a guerra na Ucrânia.

“A profundidade das crises em curso deixa claro que a África precisa de muito mais energia limpa. O gás natural será um combustível de transição importante para reduzir o teor de carbono”, admitiu David Malpass, presidente do Banco Mundial, durante o Fórum de Governação 2022 organizado pela Fundação Mo Ibrahim.

Porém, insistiu que “novos investimentos em manutenção de hidroeléctricas e barragens são importantes” e que “aumentar a eficiência energética, incluindo ar condicionado, e fazer os investimentos necessários na rede para absorver as energias renováveis também serão passos fundamentais”.

O analista económico norte-americano citado pela Lusa, vinculou que estes vários passos serão essenciais na transição de África da agricultura de subsistência para a actividade económica produtiva na agricultura, serviços, indústria e sectores públicos.

Acrescentando, o maior uso de energias renováveis, são também “um alicerce fundamental para a segurança e melhorias em geral no crescimento e no nível de vida”.

África é o continente com o mais baixo nível acesso a energia, onde apenas 55,7% da população tem electricidade, contra uma média de 90% no resto do mundo, de acordo com estudo publicado pela Fundação Mo Ibrahim esta semana. 

Segundo o mesmo estudo, mais de 930 milhões de habitantes em todo mundo, têm usada combustíveis poluentes, como carvão, madeira ou gasolina, para cozinhar, agravando os riscos de saúde, resultando em quase 500 mil mortes prematuras por ano.

Ainda assim, 22 países africanos já usam energias renováveis como principal fonte de electricidade, sobretudo energia hídrica, mas também solar e geotérmica. 

Moçambique é um dos oito países africanos onde mais de 90% da electricidade é gerada de energias limpas.  

Ainda assim, muitos países africanos defendem a exploração das grandes reservas de gás no continente para desenvolver-se socioeconomicamente tendo em conta as crises resultantes da pandemia de covid-19 e da guerra na Ucrânia, que aumentaram os preços da energia, cereais e fertilizantes.  

Os países africanos criticam a União Europeia por ter anunciado na cimeira climática COP26, em 2021, a suspensão do financiamento europeu a projectos de hidrocarbonetos no estrangeiro.

Fonte: JA 

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